Caros Leitores


Este Blog tem por característica, postar informações relacionadas a Arte, Tecnologia e Comunicação, que por sinal fazem parte cada dia mais do cotidiano das pessoas.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"O mar invisível"

Mais que um simples registro,"imagens" hoje, devem ser levadas como algo que desperta percepções, abaixo um trabalho realizado Simon Christen, onde mostra um "mar totalmente imaginário".


terça-feira, 28 de setembro de 2010

As imagens no contexto das estéticas tecnológicas

Lucia Santaella

Concebida como “ciência do modo sensível de conhecimento de um objeto”, conforme nos lembra Sodré (2006: 45), Baumgarten, o fundador da estética, não a restringia ao que passou a se entender pela palavra arte (“artes do belo”, “belas artes”), mas a compreendeu como o conhecimento da estesia voltada para o estudo de uma gnoseologia da sensação ou da percepção sensível, irredutível ao saber lógico.
Portanto, a estética, que estou chamando de tecnológica, está voltada para o potencial que os dispositivos tecnológicos apresentam para a criação de efeitos estéticos, quer dizer, efeitos capazes de acionar a rede de percepções sensíveis do receptor, regenerando e tornando mais sutil seu poder de apreensão das qualidades daquilo que se apresenta aos sentidos.[...]

Prefiro a expressão "estéticas tecnológicas" em lugar de "artes tecnológicas" porque não pretendo neste momento discutir questões que se enquadram mais propriamente dentro do campo das artes, a saber: o conceito de arte e suas variações históricas, os complexos circuitos e inserções da arte nas dimensões da cultura e da sociedade. Estou agora interessada em apresentar e discutir, isto sim, as condições propiciadas pelos aparelhos, dispositivos e suportes tecnológicos que, desde a invenção da fotografia até os hibridismos permitidos pelo ciberespaço e pelas invenções tecno-científicas contemporâneas, de modo cada vez mais vertiginoso, vêm ampliando e transformando as bases materiais e os potenciais dos modos de produção estéticos.[...]

Fotografia por
FOTOGRAFIA DGH & DESIGN

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Audiovisual e Dispositivos Móveis

A integração dos dispositivos móveis às redes permite uma comunicação em
pleno deslocamento pelo espaço urbano e torna o celular em mais um nó
desta rede. O aparelho se torna não apenas uma ferramenta para a produção
da arte mas no próprio suporte na qual ela vem se realizar, do mesmo modo
levantamos questões acerca da apropriação dos dispositivos no processo de
criação, difusão e recepção do audiovisual. Os artistas já se colocaram numa
posição crítica em relação às tecnologias, assim fornecem elementos na
observação da relação entre tecnologia e sociedade. Por meio de um
mapeamento das produções de artistas e usuários que usam o celular
podemos identificar as temáticas abordadas e suas poéticas tentando sempre
traçar as características próprias destas produções e dos elementos
constitutivos de uma linguagem própria.
A crescente popularização dos dispositivos digitais de captação de
imagem têm revolucionado, mais uma vez, a produção audiovisual,
consolidando tendências como a “mass self communication” (CASTELLS,
2006), o universal sem totalidade (LÉVY, 1999) e o hibridismo nas artes e a
convergência digital (SANTAELLA, 2003). Um dos campos mais promissores
parece ser o da integração de meios digitais de produção de vídeos com as
redes informáticas permitindo a transferência imediata do arquivo e outras
formas de acesso, interação e enunciação do audiovisual. A integração de
câmeras de vídeo em aparelhos celular chama a atenção, neste contexto, por
combinar a) naturalização do processo de captação de imagens na vida das
pessoas b) uma ligação direta com computadores e redes informacionais e c)
possibilidades estéticas e de linguagem que diferenciam estes dispositivos de
aparelhos como câmeras Hi-8s, HDs, Mini Dvs.
Hoje os celulares se tornam nós quando se integram as redes,
podemos compará-los mais a um computador portátil do que telefones com a
função restrita de chamada de voz, o próprio termo definidor “telefone celular”
já não é mais adequado para defini-lo, enquanto surgem nomes como DHMCM
- dispositivos híbridos móveis de conexão multi-redes, (LEMOS, 2008) o
aparelho se reinventa e no processo de convergência assume funções que
antes eram impensadas a ele. A tecnologia 3G já é realidade e possibilita o
acesso a banda larga por meio destes aparelhos, dentre outras redes - ad hoc
e infra-estruturada (AGAR, 2003) incluímos aqui o Bluetooth, o infravermelho,
wi-fi, wi-max. Neste sentido a produção, seja ela foto, música, vídeo e ou outra de
qualquer espécie passa a ser transferida imediatamente para outros aparelhos
ou para computadores e ser acessada potencialmente por qualquer pessoa
em qualquer lugar do mundo. Eclodem os Moblogs, literatura em SMS,
wireless mobile games, smart mobs, flash mobs: classificações de trabalhos
produzidos com/para estes dispositivos que usam esta conectividade como
potenciadora da transmissão e da própria experiência da arte. E todos os “m”-
neologismos: m-comércio, m-governo, m-entretenimento, m-etiqueta etc.
(CASTELLS, QIU, ARDÈVOL e SEY, 2007).

Artigo completo em: http://arte.unb.br/7art/textos/tiagoFranklin1.pdf

Foto: Rogério Lorenzoni



Admirável mundo cíbrido

Por Giselle Beiguelman

A popularização dos dispositivos portáteis de comunicação sem-fio com possibilidade de conexão à Internet apontam para a incorporação do padrão de vida nômade e indicam que o corpo humano se transformou em um conjunto de extensões ligadas a um mundo cíbrido, pautado pela interconexão de redes e sistemas on e off line. Para além do fetichismo da robotização humana, é fato que em um mundo globalizado e mediado pelas telecomunicações, o corpo conectado às redes torna-se a interface entre o real e o virtual sem que, por isso, denote que nos tornaremos equipamentos de carne obsoletos.
Afinal, ao mesmo tempo em que esses corpos são diluídos em uma massa descarnada, feita de informação, essa mesma massa de dados duplica sua existência como telepresença e presença física. E é essa duplicidade o que interessa entender, do ponto de vista da produção cultural, interrogando que tipo de leitor e leitura se interpõem nesse contexto de recepção e interação “ciborguizado”, agenciado pela cibridização.
Instrumentos especialmente desenvolvidos para a adequação a situações de trânsito e deslocamento, os PDAs (Personal Digital Assistants) são ferramentas de adaptação a um universo urbano de contínua aceleração e afetam sensivelmente as formas de percepção, visualização e comunicação remota.
Trata-se agora de refletir sobre a recepção em ambientes de constante fluxo, em condições entrópicas, onde o leitor está sempre envolvido em mais de uma atividade (dirigindo, olhando um painel eletrônico e falando ao telefone, por exemplo), interagindo com mais de um dispositivo e desempenhando tarefas múltiplas e não-correlatas. Criar para essas condições implica, por isso, repensar as condições de legibilidade e as convenções e formatos da comunicação no âmbito de práticas culturais relacionadas à ubiqüidade, ousando questionar se de fato rumamos para a tão alardeada convergência de mídias ou se, ao contrário, o que se impõe é um cenário de leitura distribuída em inúmeras mídias (celulares, painéis eletrônicos, rádios, entre outras), respondendo às demandas pontuais de um leitor em trânsito permanente.
Cumpre, portanto, interrogar um contexto de leitura mediado por interfaces conectadas em rede que permitem experiências de leitura agenciadas pela hibridização das linguagens e cibridização dos espaços (on line e off line), que corrompem a estrutura clássica da página e a lógica da janela como dispositivo perspéctico, unificador do ponto de vista.

Artigo completo em: http://www4.pucsp.br/~gb/texts/cibridismo.pdf

Foto: Folha UOL

segunda-feira, 6 de setembro de 2010